Hoje cedo abri uma mensagem linda que me foi enviada por irmão Durval, que reside em Aracajú, e ela me inspirou e me incentivou a escrever sobre o envelhecimento e sobre cuidado com os idosos.
Nossa sociedade só muito recentemente começou a envelhecer.
Nos anos 70, a população brasileira era jovem, com média de 18 anos de idade.
Hoje já estamos bem mais velhos.
A Europa e o Japão estão ainda mais velhos do que nós.
O mundo todo vai envelhecendo, com a melhoria das condições de vida, com melhor alimentação, com mais tecnologia e aparelhos utilizados pela medicina.
A expectativa de vida sobe cada vez mais, e hoje há mais de 60 mil pessoas com mais de cem anos de idade em todo o mundo.
Os idosos se tornarão em breve tempo maioria, e hoje em supermercados já podemos ver que muitos deles preferem as filas normais a aquelas destinadas preferencialmente a eles, como pude ver ainda ontem em Salvador em um grande hipermercado, porque as filas dos idosos crescem sem parar.
Todavia, ainda que a lei venha cada vez mais amparando os idosos e dando-lhes algum tratamento diferenciado e privilegiado, eles vão ficando cada vez mais invisíveis numa sociedade que ainda supervaloriza a juventude, a beleza física e o vigor.
Os idosos se sentem Cada vez mais sozinhos, solitários, abandonados, a começar pela própria família. E isso não quer dizer que os estejamos colocando em asilos. Não, não é isso. Estamos abandonando nossos pais e avós em suas própria casas, pois cada vez mais vamos visitá-los menos…
Nem sempre os idosos são devidamente respeitados em seus direitos. E poucas vezes os mais jovens dão espaço e vez aos idosos quando a lei não impõe isso, como, por exemplo, dar lugar a um idoso no ônibus, quando os lugares a eles destinados já estão ocupados por outros idosos.
Nem todo lugar tem placas indicando a preferência para os idosos, como junto às máquinas ou terminais de autoatendimento dos bancos, espalhadas pelas cidades.
Outro dia estava na fila de uma dessas máquinas, em um supermercado, e chegou uma senhora com a cabeça bem branquinha, e entrou na fila, no seu final, atrás de mim. Arrisquei-me a ser antipático com a maioria, mas disse a ela que tinha preferência, e falei com os que estavam na minha frente para deixarem ela passar na nossa frente, e felizmente ninguém fez cara feia. Mas nem sempre é assim.
Não quero aqui me fixar apenas nos privilégios legais dados aos idosos.
Quero, antes de tudo, e acima de tudo, e principalmente, chamar a atenção para o fato de não estarmos dando atenção aos nossos idosos, sejam eles nossos pais, avós, tios, amigos…e também os desconhecidos…
É certo que todos iremos envelhecer, exceto os que deixarão o corpo cedo, o que parece que ninguém quer…
Desse modo, devemos nos preparar para o envelhecimento, e devemos começar a tratar os nossos velhinhos exatamente como gostaríamos ser tratados…não esqueçam da Lei de Causa e Efeito…
Quem com ferro fere, com ferro será ferido, dizia Jesus.
Quem hoje trata mal os idosos, e não os acolhe com amor e carinho não deve esperar muito dos outros na sua velhice…o Universo nos devolve sempre o que lançamos para ele.
É preciso amar mais os idosos, a começar por nossos pais, e nossos avós, tios, e parentes em geral. E também precisamos amar e respeitar a todos os velhinhos.
Aliás, todos, de qualquer idade, devem ser tratados com respeito e carinho. Mas é que aqui e agora a minha preocupação é com os idosos, que são mais frágeis, mais carentes, mais abandonados, e que estão se sentindo cada vez mais invisíveis, e isso é verdade.
Observem nos shoppings como olhamos para os jovens de forma diferente como olhamos para os idosos. A maioria desvia o olhar quando se depara com um velhinho ou uma velhinha, e buscam logo alguém mais belo, mais forte, com a pele sem rugas, com a coluna esticadinha. Mas esquecem que daqui há uns aninhos também estaremos curvando, e com rugas, e entrando também na faixa da invisibilidade, sem precisarmos usar a capa especial do Harry Poter…
Vamos olhar mais e cuidar mais dos nossos velhinhos. Vamos lhes dar mais atenção. Vamos lhes dar mais passagem livre em qualquer fila, seja lá do que for.
E sobretudo vamos acolhê-los.
Acho que uma boa técnica é pensar que o idoso à nossa frente poderia ser nosso pai, ou nossa mãe, ou nossa avó ou avô.
Quem não gosta ou gostava de seus pais e seus avós…só talvez os poucos que tiveram pais e avós desnaturados, insensíveis, sem amor no coração.
É difícil ver avós que não gostam de seus netinhos, e da mesma forma pais que não gostam e que não tratam seus filhos bem, com carinho, e que não os acolhe.
Assim, podemos dizer com segurança que quase todos nós temos ou tivemos bons avós e bons pais, o que permite que utilizemos a técnica aqui sugerida.
Sempre que olhar para um idoso em dificuldade, ajude-o como se fosse sua avó, seu avô, ou seu pai ou sua mãe. Isso fará com que você ajude sempre aos mais fracos pela idade.
O Universo lhe agradecerá no seu devido tempo, lhe retornando carinho, afeto, cuidado e respeito, amparo, e proteção na sua velhice…
É dando que se recebe, disse Francisco de Assis.
Devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos, disse Jesus.
Saibamos dar um sorriso simpático, afetuoso, e amparar os velhinhos à nossa volta, para que eles não se sintam tão desprotegidos, ameaçados pelos jovens, e para que sintam que não são realmente invisíveis.
Vamos amar os nossos velhinhos, os nossos idosos, acolhendo-os da melhor maneira possível em todos os momentos que for necessário.
Um dia chegaremos lá…e saberemos, por experiência própria, o que é a dor do abandono e da solidão…
Termino essa mensagem emocionado e com os olhos cheios de lágrimas…não enxergo mais as letras no meu notebook para continuar escrevendo…
Muita Paz.
Salvador, 08 de agosto de 2009.
Luiz Roberto Mattos