Hoje cedo fui com minha esposa fazer mercado.
Enquanto estava tomando conta do carrinho, e ela pegando alguns itens, chegaram duas mulheres perto de mim, uma senhora idosa e uma mais nova, de meia-idade.
A mais nova reclamava com a senhora, que era sua mãe, dizendo que não podia gritar alto para todos ouvirem no mercado, e aí ela passou a falar mais baixo quando me viu.
A mãe estava querendo pegar um biscoito de determinada marca, e a filha reclamava, não sei dizer exatamente por quê, mas de forma a demonstrar irritação e grande impaciência com a mãe idosa.
A falta de paciência estava evidente.
Isso me levou imediatamente a lembrar de um texto que já escrevi aqui, com o título Cuidando de Nossos Idosos.
Passei a pensar nos pais e mães, que durante anos a fio cuidaram de seus filhinhos de modo carinhoso, afetuoso, tendo muita paciência, tolerância, renúncia, etc, e quando chegam na idade mais avançada muitas vezes sofrem maus tratos, abandono, ou pelo menos com a impaciência dos filhos.
Pais e mães, sobretudo as mães, levam muito tempo trocando fraldas, dando mamadeira na boca, carregando no colo, estragando muitas vezes a coluna com o peso do filho, dando banho, levando para passear, etc, e depois de velhinhos encontram má vontade para levá-los para dar um simples passeio no shopping. Dar banho em idoso, quem gosta? Pegar em cocô? Quem suporta? Mas nossos pais fizeram tudo isso por nós, e muito, e sem nojo, sem vacilar, apenas porque nos amavam.
Nossos pais tinham paciência, eram tolerantes, aguentavam nosso choro, nossa birra, nossa malcriação, nossa rebeldia, nossa chatice muitas vezes, e agora, idosos, sofrem com a intolerância, com a impaciência, etc, dos filhos.
Precisamos refletir sobre isso, e ter mais paciência com nossos pais, e com nossos avós.
Quando éramos pequeninos, eles nos deram seu tempo, sua atenção, seu afeto, e tudo o mais. Não lhes neguemos tudo isso agora que é a vez deles precisarem de nós!
Vamos cuidar mais, dar mais atenção e mais amor aos nossos velhinhos!
Muita Paz.
Salvador, 06 de fevereiro de 2010.
Luiz Roberto Mattos